terça-feira, 11 de maio de 2010

Dialogos na Internet

Conversando com uma amiga que esta começando a dar aulas a uma turma de animação cultural. O curso apresenta técnicas e teoria de “animação cultural”, a princípio os alunos apresentam interesses em aprender atividades, muito parecidos com os alunos que procuram o curso de jogos e brincadeiras que eu leciono, comentou sobre a relação dos estudantes com lazer. Conceitos nesse momento aparecem como algo um pouco distante de suas realidades e enquadrado (os conceitos) na “categoria teórico”, que a principio afugentam alguns.
Nós como educadores apresentamos que a teoria esta presente na pratica, é uma questão de conhecer a parte teórica e a pratica, elas caminham lado a lado se sustentando. Apresentamos uma possibilidade de extensão para uma possível construção de conhecimento.
Em um questionamento informal com a turma sobre quem é o recreador, as primeiras respostas foram o cara “divertido, doido o palhaço”. Algumas pessoas compartilham dessa visão que a pessoa que trabalha na animação busca romper com determinados comportamentos esperados socialmente, querem ou até tem que fazer rir. Seria essa a razão da imagem de um palhaço? “O palhaço foi considerado símbolo do circo do século XIX pois através de suas roupas espalhafatosas, das atitudes atrapalhadas, da inversão de coisas e partes do corpo ele fazia a platéia rir”(p.8), texto do trabalho de conclusão de curso intitulado: “Relações entre o Circo e o Lazer: Spasso escola popular de circo”de Claudia Heringer*. No mesmo trabalho ao falar da linguagem circense Claudia descreve que a transmissão de algumas comédias ou sketches (são usadas até hoje) era feita oralmente através da imitação ou trocas no mundo circense, mostrando assim que existe um aprendizado na formação de um palhaço.
Ao ingressar em um curso buscamos mais do que repetir gestos, não somos iguais e não trabalhamos com públicos iguais, cada pessoa apresentava suas características na execução, o trabalho com o teatro no circo “pressupunha conhecimento da leitura e da escrita, além da criatividade gerada por um conjunto de saberes e práticas (p.12).”
Iniciei o texto falando sobre o dialogo de um curso de técnicas de formação profissional e de uma visão estereotipada do profissional da área, em momento algum pretendi generalizar essa visão apenas colocá-la como exemplo para mostrar que a teoria que pode afugentar nos traz bases para uma formação que considera o ser humano e seu conjunto de valores. A animação cultural está atenta a instrumentalização profissional, como docente devemos refletir sobre a “pseudo-dicotomia” entre teoria-prática e como discente ter recursos não é única maneira de se diferenciar, bases sólidas construídas com estudo, diálogos e trocas ajudam na formação de um profissional consciente e mais humano.

*que eu tive o prazer de conviver durante um curso em BH

HENRIQUES, C H (2005) – Relações entre o Circo e o Lazer: Spasso escola popular de circo – Belo Horizonte

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