sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Começando a Colônia de ...

Algumas vezes já comentei por aqui que faço parte de grupos na internet, além de dialogar com alguns pais em diversos lugares em que convivo. Li um comentário em um desses grupos que acho que pode render bons diálogos aqui no blog. Pedi autorização para o dono para postar aqui, mas resolvi postar por partes para não ficar muito longo. Vamos ao comentário que começava assim:
Ontem colocamos a Mariana (2anos) na Colônia de férias xxxxxxxxxxxxxx. Hoje tiramos.
E ai o pai (este post foi feito por um pai) começou a enumerar algumas questões que pretendo abrir para diálogo.

1) Colocaram latas de CERVEJA para as crianças pintarem;
Supondo que a ideia era utilizar latinhas usadas para criação de alguma coisa, atividade que tem seu espaço em uma programação de recreação, abre-se um porém: utilizar latinhas de cerveja é plausível?
Certa vez para fazer uma atividade (que esta nesse vídeo) utilizei uma latinha dessa, você pode perceber pelo aro que era uma lata de cerveja, porém está coberta com fita adesiva e poderia estar coberta com tinta também evitando assim a utilização dela por crianças. Mas também não podemos ignorar que as crianças tem pleno conhecimento de marcas e dependendo da faixa-etária é possível explicar inclusive porque a latinha esta coberta. Uma razão do uso de latas de cerveja pode ser a maior facilidade em encontrá-las, mas será que é mesmo? Hoje existem diversas bebidas em latas, como refrigerantes, sucos, chás, energéticos... E se fosse uma lata de refrigerante? Será que haveria discussões sobre o incentivo do consumo?
Algumas oficinas também utilizam alimentos em sua confecção, por exemplo chocalhos de arroz, aí eu te pergunto comida é brinquedo?
Essa é uma provocação apenas para pensar um pouco mais sobre outras relações que podem estar presentes em uma atividade de recreação, minha opinião é que existem diversos materiais que podem ser encontrados para serem substituídos, mas o principal é que devemos pensar em como é esse tempo de lazer, nosso ou dos filhos.

3) A turma de 7 anos fica na mesma quadra da de 2 anos e meio. Uma bola raspou a cabeça da Mariana. Se batesse poderia gerar danos cerebrais e descolamento de retina. E o monitor falou que não podia fazer nada quanto a isso.

4) A mãe, ao perguntar sobre esses fatos, NÃO TINHA RESPONSÁVEL e todos tiravam o corpo fora.

8) Monitores despreparados tanto para dar informações quanto para cuidar de crianças que ainda são dependentes.
10) Monitor João xxxxxxx, que era responsável pelas atividades, não sabia o que ia acontecer. Uma prancheta resolvia o caso. 

Não estou ignorando outras reclamações, estou apenas separando o que considerei possível de englobar nesse texto.
A reclamação numero 2 referia-se a não se preocuparem com a “troca de fralda” da criança. Preciso dizer (assim como fiz no grupo) me deixa triste ler situações como esta, mas vamos dialogar sobre as questões.
Faixa-etária – Sem nenhuma teoria me parece um fato que crianças de dois anos e meio tem características diferentes de crianças de sete anos, sem falar que imagino (desconsidere que trabalho na área) que a atividade não seja a mesma, isso foi o que eu entendi lendo o post, eram atividades diferentes, eles aparentemente acertaram nesse ponto, porém se a atividade dos maiores pode interferir e segundo o relato até machucar outra criança é melhor evitar. Agora uso a reclamação 4, falta um responsável da atividade e da equipe, ainda não estou falando da entidade que propôs a colônia, apenas da atividade, nesse ponto o ”8” ajuda a responder, me pareceu um despreparo da equipe, vide que o suposto responsável não sabia o que ia acontecer*.
Uma prancheta resolvia? NÃO, uma prancheta não resolveria. Entendo o que o pai quis dizer, que se houvesse uma organização seria melhor. Agora alguns amigos de trabalho que leem o blog devem estar pensando: é porque ele odeia prancheta! A prancheta tem utilidade, porém eu trago questões agregadas a ela, inclusive a de que um papel escrito ou impresso com o nome das atividades não garante uma boa execução. Agora uma questão pessoal, a prancheta me lembra monitor que só está preocupado com a quantidade ou cumprir os horários esquecendo do desenvolvimento da ação como um todo, uma programação de lazer pode e deve respeitar diversos interesses (sociais, manuais, físico esportivos...).
Quis terminar discordando de um ponto apenas para mostrar que podem existir diversas maneiras de ver a mesma situação, como por exemplo brincar com criança (ou acompanhar um velho) qualquer um faz, tem que ser atento e carinhoso... mas isso fica para continuar no próximo post...

*esse texto esta baseado apenas nas informações postadas no grupo

Um comentário:

  1. Oi, adorei o enfoque. Como não tem o mínimo problema todos podem saber que fui eu que escrevi a reclamação. :)

    A questão da prancheta foi que a mãe da minha filha perguntou: o que vai ter para ela fazer hoje? Só isso. Com uma prancheta o monitor poderia dizer: ah, ela vai desenhar, vai no parque e tal ... foi só isso mesmo.

    Quanto a lata de cerveja, minha filha com 2 anos já sabia que aquilo é do papai, ela mesma fala quando vamos ao mercado, sendo que coloco as cervejas numa cestinha a parte do carrrinho. Isso já é um mecanismo de defesa meu. Não sei muito bem se pode ou não atrapalhar, mas prefiro mantê-la a distância de coisas que nao tem a ver com a idade dela, e pior, ela poderia se cortar por não saber manusear. O certo seriam garrafas pet inteiras etc ...

    Eu trabalho com marketing e sei como todo apelo visual é forte, ainda mais com essas crianças esponjinhas. :)

    Continuemos o debate! Sempre bom para todos os pais e mães.

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